Texto elaborado pelo prof. Dr. Pedro AntonioGrisa
em 08 de outubro de 2007.
Eu era um menino, com 8-oito anos deidade, quando – ao ouvir uma jovem, nossa vizinha, entoando músicas românticasdo cancioneiro popular e sertanejo, indo e vindo pelos caminhos da roça e pelastrilhas dos pastos – pergunto à minha mãe:
– Por que a Odila vive cantando tanto assim?
– Um dia, Pedrinho, você irá entender melhor essas coisas; mas acho que aOdila tem namorado…
O silêncio que se seguiu, deixou-me pensativo, tentando entender arelação existente entre o namorado de Odila e suas cantigas.
Posso afirmar, hoje, que eu já estava buscando descobrir a relaçãoexistente entre palavras e gestos, atitudes e comportamentos – sempremanifestações automáticas do subconsciente – com a vida real e o comportamentodas pessoas.
A psicanálise apresenta duas contribuições, que visam identificarconteúdos presentes nos túneis escuros do inconsciente.
• “Os atos falhos”, que nem sempre são atos ou gestos, inúmeras vezes sãopalavras isoladas e pronunciadas involuntariamente…
• A “associação livre de idéias”, técnica utilizada por Sigmund Freud,para acessar conteúdos difíceis de serem revelados pelo paciente, mesmo nodivã…
Pode-se afirmar que o Psicodrama tambémé uma estratégia que – mediante a utilização de personagens com papéisdefinidos – visa trazer ao consciente sentimentos e emoções com atitudes,reações e comportamentos correspondentes, para descortinar conteúdospsicológicos ou detalhá-los…
No SISTEMA GRISA, prefiro introduzir expressões – que considero maisverdadeiras e legítimas, a fim de, esgotados outros recursos, como o da própriahipnose, acessar conteúdos de programações mentais, que por diferentes motivose causas não ficam suficientemente claros, seja pela análise parapsicológica,seja pelas informações obtidas mediante a técnica de hipnose.
Apresento, a seguir, um exemplo que ilustra a utilização dasmanifestações automáticas de elos mentais e também revela sua importância, noprocesso de análise parapsicológica, identificando programações dosubconsciente que persistem em manterem-se ocultas.
Já havia realizado algumas sessões de orientação parapsicológica com umsenhor de mais de 30-trinta anos, que já fora classificado como alcoólatra eesquizofrênico; porém, por insistência de seu avô, resolvi buscar dar minhacontribuição, nos limites e possibilidades da orientação parapsicológica.
Quando parecia que não havia mais nada a analisar, e, pela hipnose, osenhor não conseguia lembrar de coisa alguma – pelo menos ele não semanifestava – decido fazer uso de uma experiência de manifestações automáticasde elos mentais.
Convido o sócio em Orientação Parapsicológica a realizarmos um jogode palavras, lembranças ou expressões.
Com sua anuência, principio.
– Cabeça, para você, lembra o que? Fale o que lhe vier à mente porprimeiro.
– Cabelo! Responde imediatamente.
– Cabelo, lembra o que?
– Couro cabeludo. Responde sorridente.
– Couro cabeludo, lembra-lhe o que?
– Cérebro! Responde com ar de vitorioso.
– Cérebro, lembra o que?
– Pensamento.
– Pensamento, lembra o que? … Fale o que lhe vier à mente.
Ele permanece imóvel, sentindo-se incapaz de prosseguir.
Quebrando o silêncio e libertando o moço do embaraço, inicio uma análise.
João – nome fictício – você expôsuma cadeia de idéias, própria de um pragmático.
Ele recebe a informação com uma sensação de alívio e dever cumprido. Eprossigo:
– Observe – o que denomino demanifestações automáticas de elos mentais – a seqüência que você apresentou:cabeça, cabelo, couro cabeludo, cérebro, pensamento…
– O senhor memorizou tudo o que eu falei! Assim expressa sua admiração.
Aproveito o clima e considero:
– O que você deixou fora nesta sua seqüência bem pragmática?
O silêncio é sua resposta. Prossigo, pois:
– Preste atenção na seqüência: cabeça, cabelo, couro cabeludo… cérebro,pensamento. Numa autêntica manifestação automática de elos mentais, você deixoufora a palavra “crânio”… Após breve comentário, analisando porque teriaparado a seqüência, após a única palavra abstrata “pensamento”; convido-o arealizar um novo joguinho.
Crânio é a parte óssea da cabeça, vejamos o que osso pode nos dizer. Elemanifesta interesse na proposta e volto a perguntar:
– Osso, para você, o que lembra?
– Duro, responde quase que instantaneamente.
– Duro, Lembra o que?
– Difícil! Afirma com entusiasmo.
– Difícil lembra o que?
– Sofrimento. Responde.
– Sofrimento faz lembrar o que?
– Dor. Responde firmemente.
– Dor. O que lhe lembra.
E o silêncio é a resposta.
– Quando – Intervenho – o osso do crânio doeu e fez você sofrer?
– Na hora do meu nascimento! João exclama com ares de vitória. Agoraentendo! É por isso que procuro sempre o mais fácil e fujo dasresponsabilidades, inclusive do casamento. E, sempre, como o senhor já meobservou, busco muito mais amizade superficial com as mulheres e tenho poucointeresse em conquistá-las sexualmente…
***
Outros tantos exemplos poderiam ilustrar essa técnica; exponho, a seguir,apenas a seqüência de manifestações de elos mentais, no caso de uma mulher quetinha como objetivo superar a ansiedade e a obesidade, as quais ela apresentavacomo justificativas em seus fracassos no seu relacionamentos afetivo-sexuais.
Inicio o jogo:
– Planta, o que lembra você? E as manifestações automáticas de elosmentais prosseguem: alimento, comida, sabor, prazer, alegria, bem-estar…
Desenvolvo, com a interessada, uma análise, salientando que a seqüênciade lembranças, as manifestações automáticas de elos mentais poderiam ser muitodiferente. Por exemplo, a planta poderia lembrar flores, paisagem, perfume,borboletas, abelhas…
Contudo, o subconsciente a faz mergulhar diretamente nas necessidades deSobrevivência do Indivíduo; afasta-a de tudo o que a planta poderia sugerir emrelação a sexualidade e ao processo de fecundação.
– Adivinhe, Parapsicólogos Clínicos do SISTEMA GRISA, por que asmanifestações automáticas de elos mentais seguiram aquele caminho?
Esta senhora nasceu de parto muito demorado, com ameaça de morte para elae para a mãe…
Neste IX Simpósio de Parapsicologia Clínica do SISTEMA GRISA para melhorilustrar a importância deste tema, será sorteada uma pessoa que queiracontribuir para o evento e ser brindada por uma análise pessoal.
Quem quiser participar desta experiência, escreva seu nome num papel edeposite no recipiente adrede preparado a fim de participar do sorteio.
Novembro de 2007
Início de novos tempospara o IPAPPI SISTEMA GRISA e para a Profissão de Parapsicólogo Clínico.